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Toque de Futuro abre caminhos para jovens do Amapá

Toque de Futuro abre caminhos para jovens do Amapá

Projeto criado no Assentamento Nazaré Mineiro alia esporte, educação e cidadania

Ana Julia Silveira, da Rebento, para a Voz Futura

No Assentamento Nazaré Mineiro, em Laranjal do Jari (AP), uma rede de vôlei montada ao lado de uma casa deu origem a uma iniciativa que hoje transforma a vida de dezenas de jovens. O Toque de Futuro nasceu em 2019, de partidas informais que se tornaram compromisso comunitário e, desde então, vem mostrando que o esporte pode ser muito mais que lazer: pode ser caminho para autoestima, disciplina e cidadania.

“Primeiro a gente brincava de vôlei no final de semana e, depois, veio a ideia de estruturar as atividades, porque no nosso bairro não havia nada parecido. Até hoje só existe esse projeto na comunidade”, lembra a coordenadora pedagógica Gleice Gomes Batista, idealizadora do projeto.

Foi dentro da Associação Amigos do Esporte que o Toque de Futuro ganhou força. A instituição, que já desenvolvia ações com crianças e adolescentes do assentamento, abriu espaço para aulas regulares de vôlei e incorporou outras atividades como informática, música e artes marciais. Atualmente, cerca de 60 jovens participam semanalmente, e vários ex-alunos atuam como monitores, perpetuando o ciclo de transformação. O impacto do projeto vai muito além das quadras:

“Já vimos jovens que começaram sem acreditar em si mesmos e hoje brilham no Instituto Federal do Amapá ou foram chamados para treinar na base da seleção local. Mas o que realmente toca o coração é quando eles retornam e falam: ‘Gleice, você foi a minha mentora’. É nesse momento que percebo que o legado está sendo construído”.

Apesar das conquistas, os desafios permanecem. A comunidade não tinha sequer uma quadra própria até 2024, e a falta de parcerias segue como obstáculo. Ainda assim, Gleice e a equipe de 11 pessoas que tocam o projeto mantêm a determinação:

“Não conseguimos alcançar todos, mas cada vida transformada já vale a luta. O mais importante é que eles saiam daqui acreditando em si mesmos e no futuro que podem construir”.

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