Redação Wee para Voz Futura
Em um mundo dominado por feeds infinitos, vídeos curtos e a promessa de “tudo em um minuto”, o paulistano Matheus Severino encontrou um caminho próprio para manter o cérebro acordado e o olhar curioso sobre a vida. Publicitário, analista de dados e um apaixonado por histórias, Matheus é criador da série “Artigos que li essa semana para não perder meu cérebro para o TikTok”, publicada semanalmente no LinkedIn.
Conversamos com ele para entender como surgiu esse projeto, por que ler ainda importa (e muito) e o que ele tem descoberto sobre si mesmo e sobre os outros ao compartilhar conteúdos fora do óbvio.

“Sou um grande curioso de tudo”
Matheus se apresenta assim: curioso, inquieto, alguém que busca olhar para além do óbvio e dos números. Morador de São Paulo há mais de uma década, trabalha com comunicação e análise comportamental, sempre tentando aproximar dados e pessoas, razão e sensibilidade. “Acho que dados sozinhos são frios. O que me move é buscar o novo, renovar o olhar sobre o que parece só mais um report”.
Seu interesse por histórias e por aquilo que não é trending topic é o que o levou a criar sua própria curadoria de leituras. “Queria algo que fosse prazeroso, sem a pressão de virar rrabalho ou performance. Se um dia não quiser mais fazer, tudo bem. É um espaço de liberdade e curiosidade.”
A inspiração para a série veio do próprio TikTok, onde pessoas já compartilhavam artigos e conteúdos lidos na semana. “Eu não via ninguém fazendo isso no LinkedIn, que sempre foi um espaço mais formal, voltado ao sucesso, à produtividade. Resolvi trazer algo leve, diferente, e ver o que acontecia.” – diz Matheus
LEITURAS QUE MUDAM A VIDA E O JEITO DE VER O MUNDO
Entre tantos artigos, alguns provocaram verdadeiras transformações de olhares pessoais. Matheus cita, por exemplo, o artigo ‘Como é bom (e complexo) ser latino!’, que traz reflexões sobre a barreira linguística, o sentimento de pertencimento, as influências culturais e políticas. “A gente precisa se enxergar mais como parte da América Latina, não só como Brasil.” Outro conteúdo que trouxe reflexões, até para a relação com sua sogra, foi o texto Meet The Best Friends With Decades Between Them, da Refinery 29.
Outro destaque vai para o conteúdo do O Futuro das Coisas, que falou sobre temporalidade através do texto ‘E se o tempo não for absoluto?’. Matheus diz que esse texto o fez repensar sobre sua “relação com São Paulo, com a ideia de pertencer a um lugar.”
O feedback mais frequente de quem acompanha a série é sobre o frescor do conteúdo. “As pessoas dizem: Matheus, você traz temas que eu nunca tinha parado pra pensar. Ou então: isso aqui desbloqueou uma memória, me fez querer ler mais.” Para ele, o maior valor é justamente criar espaços para conversas que fogem do senso comum e estimulam novas trocas. “Nem tudo precisa virar grande aprendizado ou viral. Às vezes, só ler já é gostoso.”
COMO ESCOLHER O QUE VALE A PENA LER EM MEIO A TANTA INFORMAÇÃO?
Matheus tem um método próprio, usando um aplicativo que reúne todas as newsletters que assina. Ele lê de tudo — de política a comportamento, de temas densos a curiosidades aparentemente banais — e seleciona os artigos não só pelo assunto, mas pelo potencial de conexão com outros temas ou pela vontade de dar luz àquilo que passa despercebido. “
No fim das contas, a série também foi uma forma de reencontrar o prazer da leitura e do tempo para si. Para Matheus, não importa se o texto vai gerar um insight genial ou revolucionar o dia: “Ler é também um tempo de ócio, de leveza. É bom, e tá tudo bem.”
PARA QUEM QUISER SABER MAIS
Matheus publica seus “Artigos que li essa semana para não perder meu cérebro para o TikTok” (quase sempre) às quintas-feiras em seu LinkedIn. E deixa o convite aberto: “Pode me chamar, mandar mensagem, conversar. Gosto de conexões reais, e é isso que faz sentido pra mim.”