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De Mariana (MG) para as ruas e pistas do mundo

De Mariana (MG) para as ruas e pistas do mundo

Conheça a história da Bárbara Dias.

Por Giulia Amendola

Bárbara Dias encontrou na corrida mais do que um esporte, encontrou um recomeço. Com a coragem de quem transforma dor em movimento, a meia maratonista correu para cuidar da mente, para se libertar de padrões e para provar que o corpo é casa, não prisão. Entre linhas de chegada e novos caminhos, Bárbara descobriu que correr é, antes de tudo, um ato de autoconhecimento.

Embaixadora da Maratona do Rio 2025 e voz ativa sobre saúde mental e o impacto da Síndrome do Ovário Policístico na rotina das mulheres, ela tem inspirado milhares de pessoas a enxergar o esporte como um espaço de liberdade e reconexão. Nesta entrevista à Voz Futura, Bárbara fala sobre as lições que a corrida trouxe para a vida, a força da amizade nas pistas e o que aprendeu viajando o mundo com os tênis nos pés e o coração aberto.

Confira a entrevista da Bárbara com a Voz Futura.

O que você aprendeu com a corrida que coloca em prática em outras áreas da vida? 

A corrida me ensina, principalmente, sobre resiliência e coragem. Ela me tirou de um lugar muito profundo e escuro, e foi com ela que tive coragem de sair dali e encarar o que fosse preciso. Ao mesmo tempo, ela me ensinou a ter resiliência, porque nosso controle sobre a vida é muito pouco. Com coragem eu tenho o poder de fazer aquilo que vibra no meu coração e com a resiliência eu aprendo a recalcular a rota e entender que nem tudo depende só de mim. Isso vale para a saúde mental, relacionamentos e trabalho.

Como é dividir o amor pela corrida com os amigos, seja quando eles estão te esperando na linha de chegada ou quando participam da meia maratona com você?

Se tem uma coisa que a corrida me deu foram os ótimos amigos! Amigos antigos, grande parte, influenciei para a corrida e a outra parte vibra comigo porque sabe no brilho do meu olho o quanto a corrida é importante para mim.

Já os amigos conquistados na corrida vibram na mesma frequência de forma impressionante! Vibramos MUITO pelo objetivo do outro e muitas vezes compartilhamos objetivos e linhas de chegada. É sempre uma grande festa esperar alguém querido no final de uma corrida e uma emoção GIGANTE os ver em uma chegada de corrida minha.

“A corrida é o esporte individual mais coletivo que existe”: não existe frase melhor de define meu relacionamento com a corrida e meus amigos. Acho que por isso, inclusive, que estou nas redes sociais. Compartilhar minha jornada sim, mas sempre, vibrar muito por outras pessoas através de uma das ferramentas mais transformadoras que existe: o esporte.

Quais lugares você conheceu por causa da corrida e como essas descobertas transformaram o seu olhar?

A corrida me proporcionou momentos incríveis e resgatou um sonho antigo de conhecer o Brasil e o mundo!

Já viajei para correr em Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, João Pessoa e Buenos Aires. Com certeza a última foi a mais marcante: minha primeira viagem fora do país para correr a minha distância preferida, os 21km. Como a corrida me deu coragem, a usei para realizar sonhos! Viajar para Buenos Aires era uma vontade antiga e poder conhecer culturas, pessoas e lugares foi extraordinário, acho que nunca corri tão feliz na vida! Rs 

Através dessas experiências entendi o valor de coisas imateriais. O valor de uma conversa com um desconhecido, de uma tarde sentada no parque olhando as pessoas, de um dia conhecendo histórias de outras pessoas e culturas. O mundo é muito grande pra gente viver em uma bolha, sabe? Hoje vejo a vida mais leve. Eu vivo para ter experiências, e não para pagar conta. 

Se eu pudesse resumir, a corrida me deu um olhar mais humano e menos material sobre as coisas.

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