Guilherme Frota, da Rebento, para a Voz Futura.
Às vésperas de completar 80 anos, os pés de Lauro Zimmermann pisam forte na pista de areia do Jockey Club Brasileiro. Há mais quatro décadas na corrida, o atleta colhe na terceira idade os benefícios de uma vida dedicada ao esporte – faça chuva ou faça sol…
Natural de Santa Catarina, da cidade de Gaspar, Lauro já corria no Sul do país. Mas foi no Rio, no início da década de 80, que ganhou o incentivo para treinar pesado com um primo da esposa, em uma disputa amigável. Foi aí que começou o legado que hoje inspira quem o assiste e corre a seu lado.
“Minha primeira maratona foi em 1981. Era uma prova internacional, com 79 atletas. Eu me lembro bem que havia corredores da Alemanha, da Itália e de Portugal. Sem os atletas africanos, que dominam corridas atuais”, conta, apontando outra diferença: “Hoje as corridas têm metade mulher, metade homem. Na época, as mulheres não corriam, não”.
Sem relógio no pulso ou marcadores de frequência cardíaca, Lauro sempre gostou de correr “solto”. A ponto de tirar os tênis e percorrer descalço os últimos quilômetros das maratonas, como uma manobra psicológica.
“Neste momento, digo para mim mesmo que vai dar. E dá!”, explica Lauro, que nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, carregou a tocha que marcou o início do evento.
Atualmente Lauro já não faz mais os 42 quilômetros de provas cujas medalhas enfeitam as paredes de casa. O catarinense reduziu as distâncias: de 21km para 10km e, agora, 5km. Em algumas provas, ele corre na companhia das filhas.
“Na preparação para as corridas, subo as Paineiras e volto. Além disso, corro quase todos os dias 10 quilômetros no Aterro, na areia. Já estou me programando para ir ao Cristo: subo, tiro uma foto, embalo o celular num plástico e chego em casa com o registro. Só hoje, pedalei 40 quilômetros na orla”, conta orgulhoso, deixando um conselho para os mais jovens: “Esporte e bebida não dão liga. Se você pratica exercício, o álcool não te ajuda, são contrários”.








