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Empreendedorismo Feminino: Impacto Social e Transformação Econômica

Empreendedorismo Feminino: Impacto Social e Transformação Econômica

Lisboa recebeu fórum no dia 12.

Por Mariana Bezerra

Lisboa recebeu o 1º Fórum do Empreendedorismo Feminino em 12 de Novembro, um encontro que reuniu mulheres, especialistas e instituições comprometidas em fortalecer o papel feminino no universo dos negócios. O evento ocorreu em comemoração ao Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, 19 de novembro, data que reforça a importância de reconhecer e impulsionar a participação das mulheres na economia global.

Entre palestras, vivências compartilhadas e mesas de debate, um ponto ficou claro: empreender, para muitas mulheres,  é um ato de emancipação pessoal, social e econômica. E os números apresentados durante o evento evidenciam essa realidade de como empreender pode ser um caminho para a autonomia e liberdade.

Segundo dados discutidos no Fórum, 60% da população brasileira deseja empreender, reflexo de um país em que criar o próprio negócio se tornou, para uma grande parcela da população, uma estratégia de autonomia financeira e mobilidade social.

O protagonismo feminino nesse movimento é expressivo. Hoje, 8,5 milhões de mulheres artesãs sustentam suas famílias no Brasil, formando uma rede potente de produção cultural, geração de renda e impacto econômico.

Além disso, só em 2024 no Brasil, 4.100 mil novas microempresas foram abertas, um indicador que reforça o dinamismo do setor e o potencial de crescimento desse público.

Assim, fica claro a necessidade de se conversar sobre a importância das instituições de apoio, pois grande parte da população que empreende pode até ter uma excelente ideia, mas às vezes não tem as ferramentas técnicas para garantir a boa implementação dos seus planos de negócios. 

Organizações como o Sebrae que conta com o Sebrae Delas, um braço da instituição voltado para as mulheres, e diversas outras iniciativas especializadas desempenham papel decisivo nesse avanço. Seus programas e mentorias têm como foco o empoderamento pessoal e econômico dessas mulheres, trabalhando pilares essenciais como:

  • Independência na tomada de decisões
  • Desenvolvimento de autoconfiança
  • Capacitação técnica e de gestão e marketing
  • Autonomia financeira

Esses elementos ajudam mulheres a romperem ciclos de dependência, ampliarem sua participação econômica e assumirem o comando de suas trajetórias.

O Fórum também destacou o cenário europeu. Portugal é hoje o 6º país da Europa em empreendedorismo, resultado de avanços na inovação, tecnologia e políticas que apoiam pequenos negócios.

Entretanto, também foi lembrado que diversos países enfrentam o desafio de criar ambientes mais seguros e equitativos para que as mulheres possam empreender em condições iguais. A lacuna de gênero ainda existe e é visível! E no caso do empreendedorismo feminino em Portugal, quando falamos das brasileiras, adicionamos ainda mais uma camada de desafio, o fato de serem imigrantes.

E quando se fala das questões de gênero, os números do Brasil surpreendem ainda mais: dos 30 milhões de empreendedores oficializados no país, apenas 10 milhões são mulheres. Embora este seja um número relevante, os homens seguem predominando no mercado.

E por que precisamos de mais dados?

Um ponto central levantado no evento foi a falta de pesquisas sistemáticas sobre o empreendedorismo feminino. Dados estruturados são essenciais para orientar políticas públicas, programas de incentivo, linhas de crédito e iniciativas privadas direcionadas às necessidades reais dessas empreendedoras.

Sem informação, o caminho se torna mais lento, políticas se tornam menos eficazes, investimentos menos assertivos e o impacto social fica inferior ao desejado.

O Fórum do Empreendedorismo Feminino reforçou uma mensagem poderosa: quando uma mulher empreende, ela transforma não apenas a própria vida, mas toda a comunidade ao seu redor. Empreender é sobre gerar renda sim, mas é também sobre criar redes de apoio, ocupar espaços, ampliar vozes e construir novas possibilidades para as próximas gerações.

A celebração do 19 de novembro que acontece desde 2014, marca, portanto, o reconhecimento dessas trajetórias e, mais do que isso, fortalece um movimento que continua crescendo, rompendo barreiras e abrindo caminhos.

Viva as mulheres empreendedoras!

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