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Slam do Estudante RJ: poesia falada na sala de aula

Slam do Estudante RJ: poesia falada na sala de aula

No dia 17, às 15h, o CCBB recebe o campeonato.

Em um momento em que o ambiente escolar muitas vezes se vê pressionado por metas, conteúdos e avaliações, uma iniciativa nascida no Rio de Janeiro vem rompendo com o formato tradicional da educação para abrir espaço à escuta, à emoção e à potência da juventude. O Slam do Estudante RJ transforma a sala de aula em arena poética e os alunos em protagonistas de suas próprias narrativas. Criado a partir de experiências pedagógicas com a Língua Portuguesa e a Literatura, o projeto parte da poesia falada para cultivar habilidades socioemocionais, fortalecer vínculos e despertar o senso crítico e criativo de jovens de diversas escolas da rede.

Mais do que um campeonato, o Slam do Estudante é um convite à expressão — um espaço de escuta, empoderamento e acolhimento. Através da escrita e da performance de poemas autorais, adolescentes encontram palavras para dar conta de suas emoções, elaborar vivências e sonhar novos mundos possíveis.

Nesta entrevista à Voz Futura, os idealizadores da iniciativa, Gabi Bueno e Leozão Melo, falam sobre o impacto da poesia no cotidiano escolar, os caminhos para tornar o projeto ainda mais acessível e a força de uma juventude que, quando tem voz, tem também direção – um pequeno aquecimento para o evento do próximo dia 17 de maio, às 15h, no CCBB do Rio de Janeiro.

Como surgiu a ideia do Slam do Estudante RJ e o que motivou vocês a criarem essa iniciativa?

A ideia do Slam do Estudante RJ surgiu a partir de uma experiência pedagógica desenvolvida durante as aulas de Literatura e de Língua Portuguesa. Percebemos, em sala de aula, o quanto era necessário ir além do ensino tradicional centrado apenas nos conteúdos curriculares. Era fundamental propor uma abordagem que valorizasse também as habilidades socioemocionais — como saber trabalhar em grupo, lidar com frustrações, sustentar a própria voz em público e ouvir o outro com empatia. A partir disso, criamos um espaço de escuta e expressão em que os estudantes pudessem se manifestar de maneira autêntica, crítica e criativa, utilizando a poesia como instrumento de construção subjetiva e coletiva. O slam, nesse contexto, não se limita ao exercício da leitura e da escrita: ele potencializa as relações interpessoais e o reconhecimento das próprias emoções — aspectos essenciais para a formação integral do sujeito e para a vida em sociedade.

Como vocês definiriam o slam para quem nunca ouviu falar dele? Como vocês explicam para crianças e adolescentes que ainda não tiveram contato?

Definiríamos o slam como um campeonato de poesia falada, um espaço no qual alunos podem se encontrar para compartilhar suas histórias, ideias e emoções através da poesia. Para crianças e adolescentes que nunca tiveram contato, explicamos que é se assemelha a uma batalha de rimas com poemas autorais, na qual a performance e a mensagem são muito importantes.

Qual é a importância de oferecer um espaço como esse para que jovens possam se expressar através da poesia?

Acreditamos que é fundamental oferecer o slam como possibilidade de expressão artística – no âmbito pedagógico -, e num primeiro momento, ser uma prática realizada em sala de aula e, depois, num segundo momento, em espaços coletivos fora da escola. O Slam, que a poesia, é uma ferramenta poderosa para dar voz a quem muitas vezes não é ouvido, permitindo que os jovens explorem suas identidades, compartilhem suas experiências e se conectem com o mundo ao seu redor. Além disso, o slam também promove a autoestima, a confiança e o senso de comunidade entre os participantes.

Vocês destacam que o campeonato é só um pretexto para algo maior. O que vocês acreditam que está por trás da força dessa iniciativa?

Sim, o campeonato é apenas um pretexto. A força da iniciativa está na potência da escrita de uma juventude que tem o que dizer. Está na capacidade dos jovens de transformar suas vivências em poesia, de encontrar beleza e significado nas coisas simples, de questionar o mundo e de propor novas formas de pensar e agir. Sendo assim, o slam é um catalisador para essa transformação, um espaço no qual os jovens podem se descobrir, se reinventar e se empoderar.

Nossa intenção é transformar o Slam do Estudante RJ não só num interescolar potente, atingindo um número expressivo de escolas cariocas, mas também torná-lo parte importante das atividades pedagógicas curriculares.

De que forma vocês acreditam que a poesia tem ajudado os participantes a lidar com suas emoções e realidades?

Acreditamos que a poesia tem ajudado os participantes a lidar com suas emoções e realidades de diversas formas. Ao escrever e performar seus poemas, os jovens podem expressar seus sentimentos, suas angústias, suas alegrias e suas esperanças. O Slam do Estudante, mesmo com o pilar da disputa, torna-se uma estratégia para incentivar o acolhimento entre os estudantes, proporcionando lições de como lidar com as experiências e os sentimentos. A poesia é um caminho para o autoconhecimento e para a formação cidadã do adolescente.

Como funciona o processo de inscrição e participação dos estudantes?

O processo de inscrição e participação dos estudantes é bastante simples: basta entrar no Instagram do projeto: slam_do_estudante_rj e preencher a link na Bio.

7. Como a sociedade — escolas, mídia, empresas — pode contribuir para fortalecer esse tipo de iniciativa?

A sociedade pode contribuir para fortalecer esse tipo de iniciativa de diversas formas: por exemplo, as escolas podem incluir o slam em suas atividades curriculares – incorporando-o à sala de aula e/ou oferecendo oficinas de poesia e performance para os alunos. Já a mídia pode divulgar o projeto dando visibilidade ao slam, mostrando o talento e a criatividade dos alunos-poetas. E as empresas podem patrocinar o projeto devido ao seu cunho social, oferecendo recursos financeiros e materiais para a realização dos eventos. Assim, outros estudantes, de outras tantas escolas, também poderão desfrutar dessa experiência no futuro.

Para saber mais, acesse aqui.

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