Por time Wee para a Voz Futura

Vivemos em um tempo em que a violência virou manchete, combustível de engajamento, estratégia de audiência. Mas, se olharmos para o esporte, encontramos um caminho diferente: um campo fértil para mostrar que histórias de cuidado, superação e transformação também emocionam, também mobilizam, também inspiram.

O UNICEF, em parceria com a Luta Pela Paz, mostrou no guia *Esporte que Protege, lançado em 2023* que o esporte seguro e inclusivo é um direito de todas as crianças e adolescentes e pode ser uma das ferramentas mais poderosas de prevenção de violências. Isso porque ele não se limita à competição: é espaço de autoestima, de relações saudáveis, de protagonismo juvenil, de fortalecimento das famílias e de trabalho em rede.

Assim como o jornalismo e a comunicação têm sido usados para reforçar medos, o esporte poderia reproduzir exclusões e desigualdades. Mas quando é planejado com intencionalidade pedagógica e compromisso com a diversidade, torna-se um território de proteção e esperança.

Na quadra ou no campo, aprendemos que não é a violência que ensina, mas sim o treino, o respeito, o coletivo. Meninos e meninas em territórios vulnerabilizados, muitas vezes expostos a riscos estruturais, encontram no esporte não apenas lazer, mas um espaço seguro para sonhar. Um lugar onde a disciplina vira caminho para a autonomia e onde a diferença se transforma em potência.

É essa mesma escolha que a Voz Futura fez: se a violência vende, nós escolhemos contar o que constrói um futuro melhor. Porque cada vez que uma boa história é contada – de um jovem atleta que encontrou no esporte uma rota de proteção, de uma comunidade que transformou uma quadra em espaço de cidadania, de uma menina que aprendeu a se proteger ao aprender a jogar – estamos também prevenindo violências e abrindo espaço para o futuro.

O esporte ensina que vitórias não são apenas gols ou medalhas. Vitória é quando uma criança volta para casa segura. Vitória é quando a diversidade entra em campo. Vitória é quando a comunidade se fortalece em torno de uma prática coletiva.

Na Voz Futura, acreditamos que contar essas vitórias é tão urgente quanto denunciarmos as derrotas. Porque, se a violência é barulhenta, é preciso dar voz também ao silêncio das pequenas conquistas que, juntas, constroem um futuro possível.