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Partilha: comece pelo começo

Partilha: comece pelo começo

Igor Monteiro estreia coluna no site da Voz.

Por Igor Monteiro, consultor de aprendizagem corporativa e especialista em design instrucional.

Aconteceu um dia desses, num almoço de sábado com a minha esposa. Um ritual tão nosso, aparentemente despretensioso e banal na vida de um casal. Reflexivo e potente para quem, como eu, tem a sorte de ser casado com alguém que faz as perguntas certas – como Vanessa, minha esposa, me faz. 

Entre uma garfada e outra, compartilhei com ela algumas das frases que tenho escrito no texto de celebração do casamento de um casal de amigos nossos, Luiza e Gabriel. Nos emocionamos ao falar sobre o amor dos dois e sobre o nobre convite que recebi para celebrar a união deles. 

Reparando minha empolgação na fala, Vanessa me fez uma de suas perguntas:

“Você conseguiria viver a vida trabalhando exclusivamente como celebrante?”

Ao que respondi, prontamente, sem deixar espaço a dúvidas: 

“não conseguiria ter dedicação exclusiva a um único trabalho. Qualquer que fosse.”

E aqui, eu começo pelo começo. Sou Igor Monteiro, engenheiro de formação e curioso por vocação. Larguei os laboratórios de química orgânica logo após a faculdade para me dedicar a construir e conduzir experiências de aprendizagem corporativa. 

Já apresentei podcast, escrevi newsletter, criei e vendi infoproduto sobre comunicação e oratória. Hoje, atuo como consultor de aprendizagem corporativa, inclusive em parcerias com meu grande amigo, mentor e celebrante do meu casamento com Vanessa – Pedro Salomão. 

Ah, e agora, me junto a Giulia, ao Pedrinho e ao Pirim como colunista da Voz Futura! 

Caminho natural. Não demorei muito tempo para perceber que compartilho com a turma da Voz a inquietude para fazer, a vocação para se comunicar e a coragem para se conhecer

Aliás, como exige coragem essa jornada interminável do autoconhecimento, tema que será recorrente nas minhas colunas por aqui. E, se é para falar sobre ela, eu prefiro começar pelo começo.

Há entre todas as minhas atuações e projetos nos quais me envolvo, um elo comum. Hoje, me conhecendo melhor, consigo identificá-la:

A Ansiedade!

Demorei a entendê-la, mas rapidamente reconheci que ela sempre esteve por ali. Às vezes como combustível para novas empreitadas. Em outras, como pedra no meio do caminho. 

Foram sessões de terapia, noites mal dormidas, anos de experiência e cabelos brancos para começar a aprender como lidar um pouco melhor com ela. E garanto, essa minha jornada de autoconhecimento está só no começo. 

Sou daquelas pessoas que a ansiedade, quando latente, não deixa parado. Escovo os dentes e falo ao telefone andando pela casa. Respondo mensagens de 3 pessoas diferentes sobre 3 assuntos completamente distintos. Revezo as abas de projetos de educação, leituras e vídeos abertas simultaneamente na tela do laptop. 

Só enquanto escrevia este texto, levantei para andar pela casa umas 4 vezes…

Mas retorno. Me concentro. Me dedico. Venço a ansiedade – não é sempre, mas venho colecionando mais vitórias recentes sobre ela. 

Tenho conseguido mais presença para viver o momento presente.

Como trabalho hoje com aprendizado de adultos, não conseguiria terminar esse texto sem compartilhar com você uma ferramenta prática que tem me ajudado:

Acompanhar semanalmente meus indicadores pessoais de felicidade. 

Te contei lá em cima que me formei em engenharia. Chegou a hora de te falar uma das formas como ainda hoje uso o que aprendi nos tempos da graduação.

Comece pelo começo, identificando o que te faz bem. Pegue um papel em branco e anote por aí todas as atividades das quais você sai com aquela sensação de “valeu a pena”! Aquela percepção de que reabasteceu de alguma forma sua energia. Pode ser sair para tomar um café com um amigo, jantar com a família, praticar um esporte, pisar na areia, tomar um banho de mar ou fazer uma viagem, mesmo que pequena.

Martin Seligman, pai da Psicologia Positiva, a ciência destinada a estudar o bem estar subjetivo, argumenta que a felicidade é vista como um estado de plenitude que envolve emoções positivas, engajamento, relacionamentos saudáveis, propósito de vida e realizações. Dedicar-se a essa primeira atividade sugerida é mapear o que te desperta emoções positivas. 

Passo 2, implemente! Essa é uma etapa estranhamente desafiadora… Você agora sabe o que te faz bem. Tem clareza sobre os momentos associados às emoções positivas. Mas não faltarão desculpas para ignorar a sua lista. Trabalho, responsabilidades, correria, cansaço. 

Vai por mim, vale o esforço para encaixar ao menos algumas dessas ações, de forma intencional na sua semana. É aparentemente simples e potencialmente transformador. 

Fechou a semana? Hora de conferir o que fez. Conseguiu dedicar algum tempo dos últimos dias a alguma das ações intencionais que mapeou? Se conseguiu, ótimo! Já é possível perceber a mudança real no estado de presença e até certa leveza nos seus últimos dias. 

A semana foi curta e a correria insana? Não se preocupe – há sempre outra segunda-feira por vir. Retorne à lista do que te faz bem e encaixe nos seus próximos dias!

Pegue papel e caneta por aí e comece pelo começo. Depois me conta o que sentiu! 

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