Por Nathália Magalhães*
Aquela figura do idoso como uma pessoa enfraquecida, frágil e debilitada já não representa a realidade das pessoas com 60+. Hoje, muitos idosos buscam manter corpo e mente ativos praticando atividades como esporte, dança, teatro, artesanato e cursos. Como exemplo dessa mudança de paradigma estão as universidades da terceira idade, projetos de instituições de ensino superior que promovem a educação contínua, a atualização cultural e o bem-estar social e físico da população idosa, buscando estimular a reinserção social dos alunos em ambientes que costumam ser ocupados por jovens.
As atividades incluem cursos e oficinas de diferentes áreas de conhecimento, que podem variar em cada instituição, como saúde, cultura, arte, idiomas e informática. Em todo o Brasil, diversas instituições oferecem programas como a Universidade Aberta da Terceira Idade da Uerj (Unati.Uerj), a Universidade Aberta à Pessoa Idosa (Uapi) da USP e a Universidade do envelhecer da UnB.
No Rio de Janeiro, a Unati.Uerj vem promovendo, desde 1993, atividades educativas e socioculturais para pessoas com 60 anos ou mais e visando atualizar os seus conhecimentos. Os encontros e interações são norteados por metodologias pedagógicas ofertadas de forma presencial, on-line ou hídrida. São mais de 60 oficinas livres, divididas em cinco áreas temáticas, com a duração de um ano.
“Aos 73 anos, tenho o privilégio de estar na Unati, mergulhada no universo das mídias sociais e realizando, com entusiasmo, meus propósitos e projetos de vida. É inspirador perceber como, por meio do saber, posso me reinventar, ampliar horizontes e viver esta etapa com brilho nos olhos, confiança e plena realização”.
Cléa Gonçalves, corretora de seguros e aluna da Unati.Uerj
Mais do que um projeto pedagógico, iniciativas como a Universidade da Terceira Idade são espaços de cidadania, trocas e socialização para idosos. Promovem o aprendizado, a socialização e ajudam a ressignificar o envelhecimento, ao fomentar a relação dos idosos com novas tecnologias, conhecimentos e conexões. Em 2024, a Unati.Uerj foi incorporada ao Núcleo do Envelhecimento Humano (NucEH), o núcleo é responsável pela geração e disseminação de conhecimentos e saberes no campo do envelhecimento humano. O NucEH.Uerj auxilia no assessoramento para a formulação de projetos de capacitação, contribuindo para os níveis de saúde física e mental dos participantes.
Segundo Cléa, “Ao aprender e acompanhar as novas tecnologias, tornamo-nos mais conectados, relevantes e realizados, mostrando que envelhecer hoje é crescer, renovar-se e viver com autonomia e significado”.
Os cursos da Unati.Uerj valorizam o conhecimento como ferramenta para um envelhecimento ativo. Como diz a máxima de que “os 60 são os novos 50”, a terceira idade pode ser uma oportunidade para crescer, inspirar e viver com autonomia, propósito e alegria. Para a pedagoga Angela Corrêa, fazer parte da Unati.Uerj foi uma forma de reinventar a vida após a aposentadoria, quando passou a sentir que o tempo tinha parado para ela, uma mulher que sempre se considerou muito ativa. Segundo Angela, sua vida mudou após a inscrição nas oficinas de Origami e Moda & Estilo:
“Participar dessas oficinas é estar num ambiente de troca, crescimento e muita alegria. Recomendo pra todo mundo que quer dar um novo significado a essa fase da vida! Passei a conviver com pessoas incríveis, aprender coisas novas e me redescobrir em muitos sentidos. Hoje me sinto mais viva, mais feliz e com uma rotina cheia de propósito”
Angela Corrêa, pedagoga e aluna da Unati.Uerj.
* Estudante de Jornalismo da PUC-Rio, aluna da disciplina Planejamento Editorial da professora Itala Maduell, em colaboração para a Voz Futura.
Crédito das fotos: Instagram @Unati.Uerj
