Danilo Luiz

Danilo Luiz: coragem e fé

Por Danilo Luiz, Pai do João e do Miguel e fundador da Voz Futura Após uma longa temporada futebolística, eu havia chegado ao fim da jornada com a conquista da famosa Copa Itália. Cercado por 70 mil pessoas no estádio olímpico de Roma, tive o privilégio de levantar o troféu sendo o primeiro capitão estrangeiro do meu clube, depois de 60 anos. Que honra! Entretanto, para simbolizar o que foi essa temporada, preciso contar que sofri uma lesão dez dias antes da final. Um estiramento de primeiro grau na coxa, cujo tempo de recuperação normalmente varia entre 15 e 20 dias. Assim que recebi o diagnóstico, em vez de me lamentar, coloquei como objetivo que faria tratamento intensivo todos os dias possíveis, confiando no meu corpo e na minha disciplina para fazer o treino da véspera da final. Consequentemente, alongamentos, mobilização, massagens, jogos de gelo… tudo para estar em minha melhor condição possível. Paralelo a isso, abri mão de certos compromissos, horas de fisioterapia, atenção à alimentação, ao cuidado com o sono e, claro, o psicológico. Apesar de todas as dificuldades, estive presente em campo na final, com os minutos necessários para uma entrega de qualidade. Não era o meu 100%, mas era o que eu tinha de melhor no momento. E, no fim, não foi sobre vencer ou perder, mas sobre me colocar no jogo, e que desse me deixar fora por um tempo longo, prejudicando os compromissos adiante, como a minha participação na Copa América com a seleção brasileira. Por incrível que pareça, naqueles dias eu estive muito sereno, convicto de que tudo sairia bem. Essa serenidade nos treinos me deu uma segurança na vida! E é esse ganho que mais me orgulha: perceber que estar alinhado com meus compromissos e meu propósito me traz confiança no que faço. Foi incrível! Vencemos por 1 a 0, e a final foi mais um capítulo para a minha história no futebol. Mas, acima disso, foi um aprendizado. Reforço, não é fácil e é uma sensação estranha se colocar em contextos nos quais não estamos na nossa melhor versão, mas é possível — e mais que isso, necessário. Muitas vezes, é nessas situações que validamos nossa força interior e reafirmamos nosso porquê. A vida é feita de escolhas e, para mim, aquela foi uma decisão acertada. Mesmo que o resultado fosse outro, eu teria saído com a certeza de que havia dado meu melhor, e isso é o que importa. Seja qual for o campo em que você joga, o mais importante é estar presente e disposto a se colocar no jogo. Validar nosso propósito é o maior troféu!

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