Por Ana Julia Silveira, da Rebento, para a Voz Futura
Em muitas comunidades brasileiras, o esporte não é apenas lazer: é encontro, pertencimento e possibilidade de futuro. Foi com esse espírito que nasceu o Prêmio Isabel Salgado, que apoia projetos sociais que transformam realidades locais e homenageia a jogadora que marcou gerações dentro e fora das quadras.
Na edição de 2025, 16 empreendedores sociais participaram de uma capacitação em gestão, comunicação e captação de recursos. Desses, cinco receberam o “investimento semente” de R$ 15 mil: Juliana Arize e Ivanise Santos, em Salvador (BA); Marcus Alves, em Humaitá (AM); Gleice Gomes Batista, em Laranjal do Jari (AP); Jerônimo Julio Santos Spínola, em Condeúba (BA); e Lucilene Ferreira da Silva, em Carapicuíba (SP).
Cada projeto nasceu de um desejo comum: oferecer alternativas onde antes havia vazio. Em Humaitá, Marcus recorda o início do Quadrangular Cultural de Voleibol, que leva esporte e cultura a três comunidades locais, acolhendo jovens em situação de vulnerabilidade social: “De agosto a novembro, eles não tinham nenhuma atividade no município. Era um período vago, e a comunidade precisava de algo para ocupar esse tempo, receber oportunidades”.
Apesar das diferenças de contexto, todos compartilham a mesma visão: o impacto comunitário. Não se trata apenas de treinar atletas, mas de fortalecer laços, oferecer referências positivas e mostrar que o esporte pode ser ferramenta de inclusão e cidadania.
Essa é também a essência do prêmio, como lembra Maria Clara Salgado, filha de Isabel e gestora executiva da iniciativa: “São sementes que podem transformar vidas. E a gente nunca sabe até onde isso pode chegar.”
Entre quadras de areia, ginásios comunitários e praças improvisadas, essas sementes já começam a germinar. Cada projeto traz sua história, mas todos carregam o mesmo recado: quando o esporte encontra propósito social, a vitória é coletiva.






